8.11.06


Nome: Diva Ivone Barros Gomes
Nome Artístico: “Diva”
Local e data de Nascimento: S.Vicente – Cabo Verde
26/10/1967
Telefone: 238 - 993 28 29


História na Música

Filha de Artur Gomes ou, melhor ainda Artur de Cavaquinho, um conhecido mindelense executante do cavaquinho, falecido em 1992, que fez parte dos primeiros grupos acústicos de Cabo Verde após a independência, grupo Nova Outrora, que dele fazia parte Manuel de Novas, Chico Serra, Valemar Lopes, Vitorino, Humbertona, e tantos outros, Diva é uma fervorosa apreciadora da música de Cabo Verde, sobretudo, mas também da música latina, do jazz, do soul.

Diva conserva ainda, muito ciosamente, a cassete com a morna Laura, de Arminda Sousa, que gravou em casa dos pais quando contava apenas quatro anos de idade. Com o mesmo orgulho guarda o cavaquinho que foi do seu pai, o mesmo cavaquinho que tantas vezes, ainda em criança, preparou a Artur, para este, então, sair em delícia dos noctívagos mindelenses, pelas casas de música acústica nocturnas na época tão em voga.
Mestre em Gestão de Empresas e a exercer numa unidade empresarial mindelense, a profissão, aliada à docência, tolhe-lhe um bocado dos movimentos e faz tardar a gravação de um disco que ela pretende seja “o espelho da alma dela”. Já se sabe que o disco será muito bem pensado, preparado, para evitar que seja simplesmente mais um a ocupar lugar nas estantes.

A primeira actuação em público numa quinta-feira já longínqua, na Nort Country, uma conhecida casa de música cabo-verdiana da Ribeira Bote, no Mindelo. Até então só actuara em casas de amigos e companheiros de lides musicais de Artur, o pai e dela também.

Antes das passagens pelas salas do Mindelo, a conquistar com a sua voz forte, grave, até um pouco rouca, que um jornalista brasileiro já comparou com a de Alcione, Diva saltou para um palco, em meados dos anos 90, em Lisboa, onde estudou, pelas mãos de Tito Paris, seu amigo de infância e seu “padrinho de palco”, quando lançou seu segundo CD em 1994 e a convidou para interpretar um dos temas.

Todavia, depois da experiência de Lisboa, com Tito Paris, Diva já actuou muitas vezes em quase todas as ilhas de Cabo Verde, muitos eventos como festivais, municípios, datas comemorativas, salas de espectáculos e outras tantas vezes em palco internacionais como:
- Fortaleza (Nordeste d Brasil), duas vezes, uma representando Cabo Verde e a sua música e outra na inauguração do 1º voo dos TACV na região, a convite da produtora de espectáculos PBS, em 2002 e 2003;

- Lisboa, para a comunidade caboverdeana, com três espectáculos, em 2003;

- Boston, numa casa de jazz, acompanhada por músicos norte-americanos, 2004;

- São Paulo, Brasil, a convite da Secretaria de Estado de Cultura de São Paulo, na semana de África, em representação de Cabo Verde, através do cônsul Aguinaldo Rocha, acompanhada pelo falecido Luís Morais, Chico Serra, Tei e Nolito, em 2004;

- Itália, no Festival “Sete Sóis, Sete Luas”, em quatro cidades (Roma, Montermurlo, Lechia, Montescusdaio), em 2005;

- Lisboa, gala do 30ª aniversário da Independência de Cabo Verde, em 2005;

- No festival da Baía das Gatas, edições de 1997, 2004 e 2005
Distinguida na edição de 2005 na Gala “Nôs Música” em Mindelo, com o prémio Cesária Évora para a melhor voz feminina, Diva confessa que foi lá para cantar, sem pensar no prémio. Todavia, ao interpretar “Sina de Cabo Verde”, conquistou o voto do público, que interpretou como sendo “um agradecimento” pelos anos que já leva a cantar, “um estímulo muito forte para gravar”.

Continua a cantar regularmente em salas de espectáculos em Mindelo, e consegue misturar músicas de diferentes paragens, mas sempre no seu repertório está mais presente a música da origem dela, a cabo-verdiana, onde a morna, a coladeira e outros ritmos de Cabo Verde fazem valer. Os compositores são quase todos cabo-verdianos e ela vai buscar os antigos, porque afinal desde pequena, aprecia-os em noites de Mindelo, mas admira alguns presentes que também inclui, sempre que, pode no repertório.
A voz, sublinhada por graves que poucas mulheres possuem, chama atenção em qualquer sala que ela estiver a actuar e se já nomearam a melhor voz de Mindelo, então ela possui as qualidades de estar em qualquer palco do mundo.

Já tem convites para a produção do seu primeiro CD e já começou a trabalhar no projecto, de resto, compromete-se Diva: “Devo começar a pensar em algo mais sério, porque tenho recebido muitos aplausos”.

Mindelo, Setembro de 2005
(Jornal Horizonte)